domingo, 24 de janeiro de 2021

A Fábrica.

Suicídios diários:  Todos os caminhos para lugar nenhum


Sei que não posso manter o controle sobre as coisas. Então tento gritar e grito já que não há uma banda para me acompanhar. A vida não deixa de ser engraçada, mesmo quando se está por baixo.
Tantos tumultos e tantas perturbações. Como pude cair uma vez mais nessas armações? Sou tão tranquilo e às vezes impulsivo. Essa ambiguidade que tem me atormentado mais. Uma silenciosa demonstração do quanto odeio essa minha má postura.

Queria escrever um romance, mas tempo me falta e a cada escritor que conheço me faz pôr no meu lugar coisas que não devo me atrever. Seja por pretensão ou por medo a exposição. Mas como poderei ser escritor ou poeta se não me atrevo? Já sei. Vou fazer quadrinhos. Parece mais leve. Poderei errar pelas páginas de nanquim ou de cores.

Adoro errar. Por que então me importo com a opinião alheia?
Talvez porque eu saiba que sequer chegarei perto dos grandes escritores. Aliás, por que grandes escritores?  De qualquer forma jamais chegarei perto dos anos luz que eles postularam nessa existência.

O mundo tem me feito-mudo. De otário. De otário e babaca. E isso tudo eu devo a essa má postura. Sabe, eu tenho percebido outra coisa interessante: agora vejo que minhas notas são tristes. Uma melodia estranhamente triste. Um “popzinho” despretensioso. Acredite, mas é uma vasta procura do meu entender. Soa às vezes melancólico, às vezes triste. A letra é o que também me refiro.
E na minha rotina me esqueço um pouco. Largo de meu ego e ele foi soterrado em minhas tarefas. Isto é perigoso. Porque aquele que deixa de lado o seu ego renuncia um pouco de sua individualidade. E toma mais uma peça da grande engrenagem tal qual todo símbolo dos sindicatos são iconicamente uniformes.

E só não me esqueço de mim quando escrevo ou canto. Canto e percebo quem sou eu e tento me esquecer para não ser tão egocêntrico quando ouço outras canções e leio outros livros.
O ambiente em que me mantenho (ou por assim dizer “me mantém”) empregado, tento, ao máximo, considerar surreal. Na verdade, todas as baboseiras estúpidas que a tendência humana pode expelir estão lá  Inconcebivelmente naquele lugar.

 Por outro lado, uma renuncia de minha parte deste mundo quebrariam oito anos de condicionamento. Isso seria grande para mim uma vez que senti em apenas um dia e meio a sensação de se estar desempregado. Mas o peso dos dias iria me fazer sentir a quebra dessa rotina.


Minha companheira tentou me convencer que meu dia seria ruim se eu começasse a xingar pela manhã. Eu disse a ela que uma pessoa que desejasse que o dia passasse rápido deve ter dias ruins. Isso não deve ser normal: uma pessoa desejando desesperadamente que as horas e as semanas passem incessantemente na esperança de surgir algum momento válido. Eu tenho pena desse suicídio diário. Nem tanto de mim, talvez porque tem outro agravo: existem pessoas mais infelizes do que eu e não sabem. Não se dão conta disso. Acho que de um certo ponto, por não saberem, até são felizes. Estão presas em seus conceitos imutáveis. Até tentam burlar a si mesmas, mas se tornam hipócritas quando não esbarram em suas diretrizes preconcebidas. Não sei até que ponto isto é bom ou ruim, de fato. 

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



O CEMITÉRIO DOS SEPULTADOS AINDA VIVOS


Vês que trabalhas e não tens hora extra.
Na verdade, não tens folga.
Só expediente.
Os reflexos dos desesperos rebatem nas paredes da Fábrica
Apego demais à matéria.

Tu morreste e não sabes
Tu sofreste e não tem consciência




Quanto vale o teu salário para largar de lado a família?





Aquela Estação

 O Mundo escancara a dor bestial de um adolescente recém saído de seu quarto, enquanto duas torres caem no umbigo do mundo. A  verdadeira vaidade está num outro lugar desse planeta onde há duas ninfas trocando beijos ardentes em corpos de meninos e em desejosas chamas. Enquanto isso, um homem se atira de uma ponte e o outro encontra prazeres em seu solitário dormitório. E Romeu e Julieta deflagraram por estas fronteiras matando quem vier pela frente como num jogo de contagem de pontos.


  Mas a terra - pobre planeta exaurido! – sua e chora. Sangra suas larvas vulcânicas e treme suas placas tectônicas. E os expert’s  de plantão explanam explicações cientificas, física, geográficas, históricas e religiosas para esta virose que ela, a terra sofre. Nunca um frango foi tão menos saudável que a carne vermelha. E os peixinhos...

Chegará a vez deles?

Seu habitat não será mais o mesmo.

22/11/2005.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Programa Afrozine com Zé Colmeia Rudie mod 1


Este é um programa de rádio comunitária apresentado pelo meu querido Zé Colmeia Rudie, que foi ao ar em 23 de Outubro de 2008. depois de um hiato fora do ar e como ele próprio diz, "retornando das profundezas".

Sempre achei que ele tinha ele pegada de misturar tantos estilos que vão do retrô a singularidade sem parecer destoante.

Achei que, de alguma forma, Estaria lhe homenageando ao fazer e trazer a publico este resgate em meus arquivos.

Ainda é a primeira sequencia.

Se você curtiu e quiser obter este programa em seus arquivos é só baixar:  https://drive.google.com/file/d/0B9OTqPoauSyYOUJDbjRZX29CVDg/view?usp=sharing

JC Anjos - Aonde - 2008 - Álbum Completo





Publicado em 11 de ago de 2016

1 – Sertanejotronic
(base: JC Anjos & Alemão Caldovino)

2 - O CIENTISTA LOUCO CHAMADO ICE CREAM E SUAS EVASÕES
(base: JC Anjos / letras: jc Anjos; R. Castro; Hiris Lassorian)

3- A PASSAGEM (PASSOS DESCOMPASSADOS)
(letra: Ian Curtis – adpt. Da musica Passover do Joy Division por JC Anjos / base: JC Anjos)

4 – DESTROYER
(base: Alexandre Destroyer & JC Anjos)

5 – CICLO
(base e letra: JC Anjos / vocais: Alexandre Destroyer)

6 – POST-DISCO
(base: Alexandre destroyer)

7 – INEVITÁVELMENTE
(base: JC Anjos & Alemão Caldovino / letra: JC Anjos)

8 – ETERNIDADE (ECOS DA MENTE)
(base: JC Anjos)

9 – NOSTALGIA DE INVERNO
(base e letra: JC Anjos)

10 – AONDE? (FAIXA DE ENCERRAMENTO)
(base: JC Anjos)

Gravado em julho, inverno de 2008 com colaboração de Alexandre Destroyer e Alemão Caldovino.


Agradecimentos: à R. Castro pelo poema acima indicado e pelo incentivo neste projeto.
Todas as bases elaboradas por JC Anjos exceto as indicadas.
Todas as letras por JC Anjos exceto as indicadas.

Download do Álbum: https://drive.google.com/file/d/0B9OT...

Contatos:
jcanjosoficinasdearte@gmail.com

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mecanum - JC Anjos Álbum completo.






Este talvez tenha sido um dos meus últimos trabalhos musicais depois de um bom tempo sem sequer demonstrar interesse em retomar um novo projeto.

O que significa que eu não tenha aqui em meus arquivos uma série de outros a serem postados. Como o meu primeiro projeto solo chamado Aonde na qual fiz uma serie de vídeos (clipes) e na qual pretendo lançar brevemente aqui também.

A verdade é que todo este revivel pessoal me estimulou a retomar projetos musicais. E assim parece que aquilo que achamos resolvido nunca está na verdade. 

Download do encarte: https://drive.google.com/file/d/0B9OT...

Download das musicas com faixa bônus:
https://drive.google.com/file/d/0B9OT...




quinta-feira, 23 de junho de 2016

Pavuna - terra da magia!



Este vídeo foi gravado há muito tempo e só agora resolvi edita-lo e posta-lo. Na verdade é uma forma de dizer que na Pavuna não tem só violência ou “turuna” no sentido de valentão. Mas turuna no sentido de gente valente que luta pela sobrevivência todos os dias ao pegar uma Avenida Brasil cada vez mais sucateada. Turuna no sentido de “bamba” nos sambas de Noel Rosa e da velha guarda. 

Pavuna tem gente boa. Artistas, filósofos, atores, músicos, etc. 

Este vídeo é também uma forma de homenagear Cicero Carlos (Juninho para os crias do morro como eu.). Um menino (que nasceu, no hoje, chamado complexo do Chapadão) pobre, negro e cego e superou todas as adversidades e rompeu com as estatísticas para tornar-se adulto, funcionário publico professor e musico. Alguém que tive a honra de ver nascer, crescer, conhecer e me espelhar.

Também mostra imagens de uma Pavuna e Anchieta de uma época que, mesmo depois dos eventos pós-Tim Lopes, ainda se podia filmar as ruas sem ser mal interpretado como “X-9”. Afinal, a diferença é muito grande para quem está apenas preocupado em registrar as coisas positivas da comunidade e não se meter na “vida de ninguém”.